Prédios pontiagudos

Prédios pontiagudos miram para o céu num dia frio do outono.

O sol morno tenta se esgueirar pelas suas frestas, sem muito sucesso.

Os cafés esfriam nas mesinhas de madeira enquanto os celulares esquentam nas mãos dos homens de negócio.

O vento frio corre quase tão rápido quanto os cabelos das mulheres atrasadas.

As vozes dos pássaros são abafadas pelas vozes das pessoas, que são abafadas pelas vozes das buzinas, que são abafadas pelas vozes dos ônibus…

Uma estranha sinfonia que por um momento parece estar em total sintonia - mas só por um momento.

Os prédios pontiagudos continuam mirando para o céu.

Pena que são só eles…