A estética minimalista

Um dos grandes atrativos do estilo de vida minimalista, e o modo como várias pessoas descobrem o minimalismo, vem justamente da “estética minimalista”.

Você já deve saber do que estamos falando: um ambiente amplo, ventilado e iluminado, com móveis de linhas retas e sem estampas, cores neutras e sólidas, tudo muito limpo, novo e organizado. Todas as coisas combinando, com um design impecável!

Mas se você já leu bastante sobre o minimalismo, já percebeu que ele vai muito além desse ideal que é espalhado por aí…

A maioria dos ambientes minimalistas que vemos na mídia foi projetado e pensado para ser um lugar ideal, um cômodo perfeito, que passa uma mensagem.

Mas a gente sabe que uma casa real, com ambientes funcionais, onde as pessoas efetivamente VIVEM, quase nunca será igual às fotos que vemos na internet: os móveis riscam, o sofá fica encardido, o chão suja, algumas coisas estão fora do lugar. E por mais que você tente replicar os ambientes ideias, muito provavelmente só vai conseguir uma carga a mais de frustração...

Então, não se deixe levar pelo ideal da estética minimalista, pois os benefícios deste estilo de vida vão muito além do que cabe nas fotos.

Não se cobre demais, respeite a sua rotina e o seu momento de vida, ajuste os ambientes às suas necessidades - não ao que os outros dizem que é minimalista.

Não compre móveis ‘minimalistas’ só porque quer seguir um padrão estético. Minimalismo é, antes de tudo, senso crítico e análise racional de cada objeto que faz (ou vai fazer) parte da sua vida.

Então, por mais que as fotos de casas minimalistas sejam maravilhosas, elas não refletem exatamente o que o minimalismo prega na sua essência. Não se esqueça disso, ok?

Todos os minimalistas se sentem uma fraude de vez em quando?

Sim... Pode entrar na fila, que ela é longa!

Qualquer rótulo que você se dê (ou receba), acaba por vir acompanhado de expectativas e regras estipuladas pelos outros ou pela sociedade como um todo, que podem nem fazer sentido para você.

Seja você vegetariano, minimalista, escritor, ou o que for, sempre haverá alguém dizendo que o que você faz ou o modo como faz não é bom o suficiente ou não está ‘à altura’ do tal rótulo.

Isso só nos faz desanimar no meio do processo e questionar nossas escolhas...

Se sentir uma fraude não é brincadeira. E o pior é que a maioria das pessoas que se sentem assim, estão bem longe de ser uma fraude de verdade...

Então, o que importa mesmo não é atingir as expectativas de outras pessoas ou da sociedade, mas sim considerar sua própria individualidade e o que é melhor para você, no seu ponto de vista.

Só assim você consegue fazer as melhores escolhas para a sua vida.

Crônica #5: No canto da cafeteria

Sentada no canto da cafeteria, o sol bate de lado na madeira da mesa redonda, mostrando todas as imperfeições que a tornam perfeita. O açúcar não serve mais, a vida já é doce por si só. Vejo as pessoas passando apressadas pela janela, correndo atrás do inalcançável. Se eu pudesse parar o tempo, será que elas também parariam de correr?

Sentada no canto da cafeteria, eu vivo devagar. Saboreio cada gole do café amargo como se nunca mais fosse prová-lo. Imagino que este café, do jeitinho que está aqui, nunca mais será o mesmo. Os grãos serão outros, a água será outra, a xícara será outra… e eu também serei outra.