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O sentido comum da palavra inventário se refere a “levantamento de bens”. Você deve reconhecer esse termo de situações não tão felizes, como o falecimento de alguém.


Mas trazendo essa palavra para a esfera do minimalismo, podemos usar o inventário como um artifício muito útil para entendermos como a quantidade de coisas que possuímos pode nos atrapalhar.


A Dawn, do canal Minimal Mom (em inglês, link aqui) fala muito sobre inventário, e a sua abordagem sobre o tema é muito interessante. Basicamente, o seu estilo minimalista se baseia na diminuição do seu inventário: ou seja, a quantidade de “bens”, ou coisas, que possui. Ela faz isso principalmente por meio do nosso já conhecido destralhe.


Mas você já sabe que o destralhe é importante, então qual o benefício de pensar nele em termos de inventário?


Ao invés de olhar para uma pilha de roupas em cima da cama e pensar no ”volume de coisas” (lembra das pilhas de roupa dos vídeos do método KonMari?), você pode fazer um levantamento das quantidades de cada item que possui (calças, camisetas, casacos, etc) e avaliar seus pertences por meio das quantidades.


Exemplo: se você avaliou seu estilo de vida e percebeu o seguinte:

  • trabalho fora todos os dias

  • lavo roupas uma vez por semana

  • uso uma muda de roupa por dia

  • preciso de 2 peças de reserva na categoria de camisetas

Aqui, você poderia chegar à conclusão de que o seu guarda-roupas de trabalho poderia ter a seguinte quantidade de peças: 5 calças, 7 camisetas, 5 casacos. Então, dentre toda a pilha de roupas, você escolhe as melhores peças (e/ou suas preferidas) até atingir essa quantidade “x”, e teoricamente poderia se desfazer do resto, pois suas necessidades estarão atendidas. Assim, você pode ir replicando essa tática conforme a sua preferência e necessidade, em cada área da casa.


Um outro exemplo: se você mora sozinho, quase não cozinha e nunca recebe visitas em casa, é mesmo necessário possuir um jogo de 12 pratos?


Pensar em termos de inventário tira um pouco da "emoção" e apego pelos itens, na medida em que você consegue fazer uma análise mais racional da quantidade de coisas que precisa em cada categoria, com base no seu estilo de vida e rotina.


No fim, a ideia é buscar a praticidade de ter um inventário que seja suficiente para as suas necessidades, sem excessos, e que seja o mais simples possível de gerenciar (guardar, limpar, organizar, cuidar, etc).


Diminuindo o seu inventário, com certeza vai ficar muito mais fácil simplificar a sua vida.

É muito simples: você está no caminho certo se o minimalismo não é um peso para você.


Se as práticas fluem levemente, se você adora o tema, se você segue o caminho sem stress e sem cobrança excessiva.

Se você entende que não é só isso que te define e que o minimalismo é só mais uma das ferramentas disponíveis para que você viva a sua melhor vida possível.


Lembrando que existem tantos ‘minimalismos’ quanto existem ‘minimalistas’. Cada pessoa tem o seu.


Então, se está te fazendo bem, te trazendo paz e tornando sua vida melhor, você está no caminho certo!

Talvez, se você decidir que sim.


Se você aplicou diversas práticas do minimalismo, mas percebeu que algumas não se encaixam perfeitamente na sua vida, ótimo. Você não é menos minimalista por isso.


Se você trilhou um caminho nesse estilo de vida (longo ou curto, não importa) e sente que atingiu o que buscava, está perfeito.


Mas isso não quer dizer que o trabalho acabou...


Por mais que você julgue ter "chegado" no minimalismo, como a quantidade de coisas que entram em nossa casa (e vida) nunca termina, por menos que você consuma, é importante periodicamente fazer uma reavaliação de tudo o que possui e perceber as coisas com que não se identifica mais. Mudanças de vida, novas rotinas, pensamentos diferentes, tudo isso influencia na nossa visão sobre o minimalismo e como ele pode ser aplicado para nos ajudar a viver melhor.


Eu arrisco dizer que no minimalismo não existe necessariamente um fim (a não ser que você decida não seguir mais este estilo de vida).


Mas pensando bem, é melhor que nem tenha um fim, porque afinal de contas, curtir e celebrar cada pedaço do caminho é muito mais legal do que ficar pensando só no ponto de chegada.

Obrigada!

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