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E lentamente despedaça

aquilo que fracassa

em nos trazer alguma graça...


O tempo é invencível, por mais que não pareça.

Ele passa, transpassa, descompassa…

Mas ainda assim, passa.


O tempo descobre todas as coisas.

Não porque elas estavam escondidas, mas porque elas deixam de estar cobertas (pelo véu da exaltação).

Elas vão deixando de fazer sentido, fracassando na missão de ter graça para nós.


O tempo despedaça cada opinião, cada emoção, cada certeza.

Sem dó, sem apego, sem pressa.


O tempo arrasta: nossas tarefas, nossos amores, nossos desejos, nossas vontades.

O tempo estraga, rasga, gasta.

(Mas quem disse que isso é de todo ruim?)


Nós passamos pelo tempo.

Não é o tempo que passa por nós.


Que o marco do tempo seja um lembrete sutil de que ele continua passando.

E nós também passamos…

Mas podemos passar por ele da forma que escolhermos.


De que forma você está passando?

E nem contrariada.


Fique com o que te agrada

e tire o que não vale nada!


Nem um, nem outro…


Sempre podemos nos agarrar a coisas que na verdade não nos servem mais: objetos, tarefas, sentimentos, opiniões, histórias…


Apenas para não sair do “cômodo” ou para não “contrariar” algo que pensávamos ser verdadeiro.


Mas o quanto isso nos impede de fazer mudanças e escolhas melhores (e muitas vezes necessárias?)

Quanto da nossa conformidade - com o bom ou com o ruim - nos traz aquela pontinha de apego, só porque aquilo já é conhecido?


Questionar o confortável é cansativo, demorado e até um pouco d0loroso.

Mas será que não é disso que precisamos de vez em quando?


Na prática do minimalismo, fazer isso é rotina. Pesamos as opções a fundo, questionamos, avaliamos, consideramos…


E escolhemos.

Às vezes pelo cômodo, às vezes pelo contrário. E se percebemos que escolhemos errado, voltamos e fazemos tudo de novo!


É exatamente essa opção (e esse poder) de, a cada situação, escolher o que faz mais sentido… que faz todo o processo valer a pena (e fazer sentido!)

A árvore é resistente.

Ela aguenta o vento, o sol, as chuvas, a seca, as diferentes estações.

Aguenta as formigas, os passarinhos, as lagartas (e até mesmo outras plantas que se aproveitam dela).


Se você olhar para a árvore hoje e retornar ao mesmo local amanhã, ela muito provavelmente ainda estará lá.

Porém, a árvore não está estagnada…

Não no sentido literal.


Olhando hoje e amanhã, ela parecerá exatamente a mesma árvore.

Mas lentamente, dia a dia, centímetro a centímetro, ela cresce por dentro, por baixo da terra e, claro, por fora também.


A árvore consegue, ao mesmo tempo, ter a força e a resistência… E a delicadeza e fragilidade.


É engraçado como admiramos uma árvore linda, grande e saudável, mas não pensamos que podemos nos comparar a ela e até mesmo usá-la como inspiração...


Com raízes profundas, sadias, compridas e fortes, recebendo internamente tudo aquilo que precisa para crescer verdadeiramente do lado de fora.

Com a capacidade de melhorar o ‘ambiente’ onde está, deixando o ar mais puro para todos os que a rodeiam, sem esperar nada em troca.

Com a constância de cada dia mudar um pouquinho, quase de forma imperceptível (mas que ao longo do tempo faz muita diferença!)

Com a sabedoria de aceitar perder suas folhas e flores, para então poder gerar os mais doces frutos.

E além de tudo, tendo a sensibilidade de criar pequenas sementes que podem ir tão longe…


Se formos como essa árvore, teremos entendido (quase) tudo.

A árvore resiste, mas não fica estagnada.

Ela muda, mas não perde suas raízes.

Ela cresce, se transforma, enfrenta, continua.


Ela faz o que lhe compete, com os recursos que possui, sem duvidar da sua capacidade de ser árvore.

Ela é o que é, inteiramente.


E nós? 🧡

Obrigada!

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